domingo, 18 de julho de 2021

Vamos falar de tristeza?!

             
                                                          

E  agora? A tristeza chegou... O que eu faço com ela?!
E se eu lhe disser para não fazer nada... apenas sinta esta tristeza. 
Joanna de Ângelis no texto Considerações sobre a Tristeza afirma  que a tristeza não é o oposto da alegria, mas simplesmente a sua ausência momentânea e, que ela, também difere da melancolia. 
A melancolia é um estado de saudade de algo conhecido  e perdido ou desconhecido e não experimentado. E quando este sentimento de melancolia, de saudade perdura, pode descambar para a depressão.
Daí a necessidade, de pararmos e olhar com carinho nossos sentimentos, afim de perscrutarmos melhor sobre eles. Lembrando que só temos condições de mudar aquilo que conhecemos. Distinguir a tristeza da melancolia é o primeiro passo.
A tristeza é um sentimento que nos convida a uma viagem interior; avaliando o conteúdo que nos causou tal sentimento sob a perspectiva dos nossos valores. Fiquei triste por quê? Me senti agredida? ofendida? desapontada? Por que me senti assim? Feriu o meu orgulho? Expôs algo de mim que eu não quero aceitar? Frustrou as minhas expectativas?
Quanto mais se questionar, maior serão as chances de você se conhecer e aceitar-se. Com esta predisposição, devemos ter em mente que as perguntas sempre devem ser dirigidas a mim e feitas sobre mim; mesmo que eu atribua, a causa da minha tristeza, a outrem.
Faça este passeio dentro do seu jardim interno... mesmo que você descubra ervas daninhas dentro dele, apenas aceite que este é o seu jardim!
A nossa sociedade cobra-nos um estado de alegria constante; como se fosse uma condição de sucesso como ser humano. Esquecem que este comportamento seria simplesmente uma alienação da nossa realidade. Quem não muda de humor quando vê alguém sofrendo? E quando você bate o dedo no pé da mesa? E por aí vai... Não dá para colar uma máscara de alegria permanente, se assim procedêssemos estaríamos fadados ao adoecimento.
Viver a tristeza sem lamentações, sem queixas, sem ressentimentos é terapêutica; deve ser vista como um convite a mudanças. E elas só serão percebidas e realizadas se houver uma conversa interna com você.
Portanto, não cultive a tristeza, mas também, não fuja dela!
Se ela aparecer, acolha-a. Aproveite para tirar o melhor aprendizado desse momento de recolhimento. Aprecie as cores, as formas, o perfume, a variedade de todas as flores do seu jardim!


   Pintura:  Jardim de Flores, Marcelo Santos