Hoje, saí para celebrar. Por todos os lados, bandeirolas, balões, pessoas trajando roupas festivas, estranhas, adereços singulares, tudo laranja. Na Holanda, é o dia em
que o país inteiro veste-se assim — a cor que simboliza não apenas a
família real, mas também o orgulho e a alegria de um povo que sabe, como
poucos, celebrar sua identidade: o Koningsdag, o Dia do
Rei. Ruas repletas de música, mercados livres, rostos pintados e sorrisos
largos compõem o cenário desta festa que, mais do que uma homenagem, é uma
declaração pública de lealdade.
Lealdade é
um fio invisível que tece relações verdadeiras, seja entre súditos e soberano,
seja entre sonhadores e sua missão. E é nesse espírito que encontramos a Rede
Sem Fronteiras, uma entidade que, assim como os holandeses em sua
festa, carrega uma devoção sincera — mas, no caso, à literatura, à cultura e à
difusão da língua portuguesa mundo afora.
Se o
Koningsdag é uma celebração da união nacional em torno de uma história e de um
símbolo, a Rede Sem Fronteiras é a celebração
contínua da identidade cultural brasileira através de livros, eventos e
projetos que ultrapassam mares e fronteiras físicas, chegando a 33
países. A lealdade aqui não é a um trono, mas a um propósito maior: o
de manter viva a chama da literatura, do encontro de vozes e da construção de
pontes entre culturas.
Tal qual os
holandeses que, no Koningsdag, orgulhosamente reafirmam sua conexão com a
realeza, os membros da Rede reafirmam diariamente seu compromisso com a arte
de contar histórias — histórias que unem, que emocionam, que
transformam. A cada feira literária, a cada novo projeto, eles estendem a coroa
simbólica da palavra a todos que acreditam que a cultura é, também ela, uma
forma de realeza.
Entre
laranjas, livros e sonhos, o Koningsdag e a Rede Sem Fronteiras se encontram:
ambos são celebrações daquilo que nos une — seja um país, seja uma língua, seja
uma paixão que atravessa oceanos.
Se o Koningsdag é o dia de vestir-se de laranja para saudar o rei, a Rede Sem Fronteiras veste-se todos os dias de esperança, de perseverança, de uma fidelidade sem fronteiras a um ideal que, como toda verdadeira monarquia de espírito, não impõe: inspirar.
Neste ano, reafirmando seu compromisso com a difusão cultural, a Rede brilhou na Feira do Livro Infantil de Bolonha, uma das mais prestigiadas vitrines literárias do mundo, levando consigo a força da literatura lusófona e abrindo novas portas para autores brasileiros no cenário internacional. E a jornada continua: escritores, leitores e amantes da cultura são convidados a se juntar à Rede na próxima Feira do Livro de Lisboa, no Pavilhão H39, onde, mais uma vez, a língua portuguesa celebrará sua majestade e sua travessia sem fronteiras.