segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Um Convite Inesperado

 



E chego de Portugal, depois de duas semanas generosas de férias e, me surpreendo com um convite de Mara Parrela. Vamos fazer uma entrevista  para o meu site Editora Árvore Alta?

Mas quem é Mara Parrela?!

Sei que é poetisa e também, assim como eu , participou como co autora do volume 6 da Rede Sem Fronteiras; mas é preciso lembrar que antes disso me deparei com o seu nome como escritora residente na Holanda… Ora, e não foi ela que gentilmente me enviou um e-mail me parabenizando pela Menção Honrosa recebida?! Mas mesmo assim ainda continuo me perguntando quem é Mara Parrela? 

Acessando seu site vou, aos poucos, descobrindo esta jornalista-poetisa, compatriota, que com certeza, também degusta com prazer um pão de queijo e uma boa vaca atolada. Ah, nossas Gerais… Agora compreendo melhor a simpatia imediata que ela me despertou...Seu jeitinho transpira a boa hospitalidade mineira! Percebendo estas afinidades tão próximas me sinto mais tranquila para também falar de mim.

Mas vamos à entrevista: Como cheguei à 91 Feira do Livro de Lisboa?

Escrevo desde a adolescência. Mas sou escritora de gaveta. A primeira vez que li um poema em público foi, por coincidência, no Porto. Em um Congresso Internacional de Superdotação. Depois de alguns anos, me atrevi a fazer uma instalação poética, em Aracruz, a convite da casa de cultura local. Depois destes dois momentos de fama (risos) continuei escrevendo e enchendo minhas gavetas… Até que a convite de uma grande amiga de faculdade, Almerinda Garibaldi,  com quem divido meu gosto pela Literatura, me inscrevi na Rede Sem Fronteiras. Tenho certeza que a pandemia colaborou bastante para que esta inscrição acontecesse. O parar dentro de casa, me fez buscar desafios.  Mostrar meus escrevinhados foi um deles. Aconteceu!

Você, Mara,  me pede para indicar bons autores, desde que não sejam os clássicos…  Neste momento, devo confessar minha dificuldade. Tenho me dedicado a leituras ligadas a espiritualidade e a psicologia; uma busca do Autoconhecimento. Assim tenho me aproximado de Freud, de Jung, de Joanna de Ângelis…

Entretanto, na minha vontade de me aproximar da língua holandesa, li Entre dois Mundos, de Remmelt Mastebroek. Achei-o de uma delicadeza ímpar. 

E com as lives da Rede Sem Fronteiras, durante a feira, me senti atiçada a conhecer um pouco mais Evaristo da Conceição, Moduan Matus, Flávio Nascimento e, naturalmente, Mara Parrela; entre outros.

Aqui, devo abrir um parêntese… deveria ter me lembrado do quanto admiro a poética e a sensibilidade de Mia Couto e, para os apreciadores de Filosofia, recomendo Lúcia Helena Galvão; uma professora que traz a Filosofia para perto de nós, com muita simplicidade e beleza.

A pergunta seguinte, como foi a minha experiência de participar do estande virtual da Rede sem Fronteiras na Feira do Livro de Lisboa, me fez rever momentos de prazer e de alegria. Ser comunicada da minha premiação, Menção Honrosa, pelo poema Meus Sapatos, foi uma  grata surpresa.

Com certeza, foi um estímulo para retirar meus “escrevinhados” das gavetas.

Por enquanto vamos ficar por aqui, Mara. Vamos nos encontrar e, teremos oportunidade de em um tête à tête. Até lá...


Enquanto isto recomendo visitarem https://editora árvore alta.com.br/ ; onde vocês terão a oportunidade de conhecer gente que inventa e se reinventa... Estamos por lá, nas Entrevistas.

Se quiserem continuar a caminhada, escolham sapatos confortáveis e, vão em busca daquele ou do quê poderá ser seu par perfeito...


 Meus Sapatos


Preciso de sapatos confortáveis.

Mas que sejam elegantes.

Meus sapatos me levarão

Por caminhos largos,

Por ruelas estreitas,

Avenidas e alamedas...

Juntos atravessaremos pontes,

Caminharemos pelos parques,

Jardins e praças.

Meus sapatos...

Juntos olharemos vitrines,

Visitaremos museus,

Invadiremos restaurantes e bares,

Subiremos escadas...

Cruzaremos rios e oceanos.

O guia nos mostrará castelos,

Arquiteturas de época, monumentos...

E, juntos, sei que descobriremos,

O par perfeito.


Foto: Andrezza A. Machado