sexta-feira, 16 de março de 2012

Erratas, também as quero.


Lya Luft, na Revista Veja de 24/29 de fevereiro de 2012, publicou Erratas na Vida. Como sempre um texto limpo, belo e verdadeiro. Gosto do que ela escreve. É sempre surpreendente e tão simples. Se algum dia tivesse a pretensão de ser escritora, gostaria de tê-la como fada madrinha. E, enquanto esta habilidade não se apropria de mim, vou seguindo a Lya, a Cecília, o Mário e tantos outros que nos conquistam através de sua Literatura colorida de vida.

No texto, a Lya lamenta "...não poder fazer erratas na vida... Uma errata para as muitas decisões atrapalhadas, tantas indecisões desnecessárias, tantas lágrimas por tolices e tanta mágoa por infantilidade. Errata para os erros e também para o que não foi erro, mas desatenção, inabilidade, incompetência mesmo." 
Depois disto não há muito o que acrescentar, não é mesmo? 
Entretanto, quero fazer uma errata, enquanto é tempo. Para celebrar meu prazer de viver mais um ano, reuni alguns amigos para um chá da tarde. No meu ponto de vista, estava tudo perfeito. O jardim bem cuidado, os convidados acomodados em volta das mesas ou simplesmente sentados aqui e ali, bebericando e jogando conversa fora. Até a chuva prevista, concedeu-nos uma trégua e deixou-nos a vontade para deliciarmos o ar da noite, tendo o céu difuso por companhia. A minha mineirice hospitaleira, fez com que me preocupasse muito em nada faltar aos convidados, que acabei pecando em um detalhe: o clik! Em tempo de redes sociais, todos querem ver e serem vistos. Pequei. Não tenho o hábito do registro fotográfico. Houve alguns, feitos aleatoriamente, pelo meu marido e um ou outro por amigos; mas tantos deixaram de ser feitos! E, agora, com saudades, lembro de momentos como o abraço das netas, o sorriso maroto do filho, a chegada de novos amigos, o abraço daqueles que sempre estão conosco, e muitos outros ficaram apenas na lembrança. 
Desta forma, novamente recorro a Lya Luft para encerrar este desabafo: "Não dá para fazer correções dos erros que cometemos na nossa vida. É preciso contar com o perdão dos outros e a anistia da gente mesma."
 Quem me dera se fosse só esta, ou simples como esta, as erratas que eu tivesse que fazer na minha vida!! Mas como elas devem vir sempre nas últimas páginas... 

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