domingo, 31 de julho de 2011

Nas asas do tempo



Com dores de mãe, deixo apenas o poema...

Na varanda,
    com minhas asas...
 
Flutuo em um oceano de asas:
Nas asas dos meus sonhos,
Alço vôos de grandeza;
Mas também bato as asas em fuga.
Fuga para lugares distantes...
Entretanto, é na asa,
Da minha xícara de chá,
Sentindo o calor envolver meus dedos,
Que deponho as asas da imaginação.

Pelas asas das narinas, surpreendo
O doce perfume da dama da noite,
Que parece perceber
as asas da bruxa noite, a invadir a lua clara,
Que teimava, há pouco, a  firmar.

Sinto um arrepio às minhas costas.
Antes que as asas do medo se fechem ao meu redor,
Lembro – me da voz doce da minha mãe:
“Que as asas do seu anjo da guarda espantem medos,
Tristezas e arrependimentos.
Que tragam saúde, amor e contentamento.”

Com o olhar perdido,
Descubro a coruja que insiste em abrir
E fechar suas asas chamuscadas,
Enquanto rotaciona a cabeça
Em vigilância constante.
Bebericando o chá, vejo que
Abri e fechei, infindáveis vezes,
As minhas débeis asas...

Houve vôos rasantes
E muitas derrapagens...
Mas quantas descobertas!!!


                              01/07/2007
Que a semana seja cheia de luz e até segunda...

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